Rosa-dos-Ventos

No livro da vida não se volta quando se quer, a página já lida, para melhor entendê-la;
nem pode se fazer a pausa necessária à reflexão.
Os acontecimentos nos tornam e nos arrebatam às vezes tão rapidamente
que nem deixam volver um olhar ao caminho percorrido.
(José de Alencar, in Lucíola)

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domingo, 18 de outubro de 2009

Tarde no parque


Em uma tarde de sol, que estava um tanto tímido, aproveitei para dar uma caminhada no Parque Farroupilha da capital gaúcha e fotografar.







Estou a fotografar a paisagem... mas algo que eu não vira apareceu na foto, algo escuro se movimentando na água.



Um cão nadador...





Seu dono de estimação (como diria uma querida amiga minha) jogava um galho na água, e o cão, sem hesitar, saltava na água (na verdade era necessário que o seu dono apenas fizesse menção de atirar o galho na água para que o nadador já se jogasse!). E cada salto seu era 'splash' bem forte...



E na outra margem, há um imitador....







Entretendo-me com os nadadores, nem percebi que tinha companhia - adorável companhia!









E mais outra, também adorável!















O Pássaro Cativo

Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.

Dás-lhe então, por esplêndida morada,
A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?

É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

“Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores,
Sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...

Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...
Quero voar! voar! ... “
Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar.

E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
A porta da prisão...
(Olavo Bilac - Poesias Infantis)







Minha companhia não me deixou até eu ir embora, para lá e para cá, com sua meiguice e delicadeza.







Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garaganta,
mais leve.
E o que se lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
(Cecília Meireles)





Um comentário:

  1. BUEN TRABAJO,LOS VERSOS SI LOS RECITAS Y LOS PONES EN TU ENLACE..USTED ME ENTIENDE,SONARÁ MUY BONITO..ES SOLO UNA IDEA,YO NO TENGO TIEMPO PERO SI QUE PASÓ POR MI MENTE EN HACER VERSOS SONOROS,UN SALUDO

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